Solares e socalcos estão entre os aspetos mais bonitos da aldeia de Covas, no município de Vila Nova de Cerveira. O povoado ocupa o sopé das serras de Covas e Argas, e, nessa porção do distrito de Viana do Castelo, combina casas modestas com quintas mais abastadas, umas e outras com vista para o rio Coura.
Essa posição privilegiada junto à água explica que a zona seja ocupada desde há milénios, como comprovam os vestígios arqueológicos encontrados no Couço do Monte Furado, onde ainda se preservam vestígios de um castro com várias linhas de muralha e de um complexo mineiro onde os romanos exploraram ouro e cassiterite no tempo do imperador Augusto.
No mesmo local, outra estrutura que testemunha a história de Covas são as antigas minas de volfrâmio, que em meados do século XX tiveram intensa atividade. Funcionaram em paralelo à Central Hidroelétrica do Coura, que laborou junto ao rio de 1912 a 1974, num edifício que, embora em ruínas, ainda por lá se mantém, decorando o Trilho das Ribeiras de Covas com painéis interpretativos sobre o seu pioneirismo na eletrificação nacional.
Na atualidade, contudo, a maior riqueza da aldeia de Covas e da freguesia homónima é a sua manta florestal, o que confere ao território uma paisagem verde que sempre atraiu visitantes, incentivando a oferta de alojamento, campismo e boa restauração. A gastronomia faz-se com produtos locais, sendo que a agricultura e a pecuária são sobretudo para subsistência, mas ainda há alguma produção de leite e a venda de hortícolas sazonais.
Da restante lista de património a conhecer em Covas consta a Igreja Paroquial do Divino Salvador com as suas riquíssimas alfaias, a Capela de São Gregório com a sua construção da Idade Média e vários outros templos religiosos dedicados a oragos como Santa Luzia, Santa Maria Madalena, São Sebastião, o Senhor dos Aflitos, o Senhor dos Passos e Nossa Senhora de Lurdes.
Realmente distintiva, no entanto, é a moradia senhorial conhecida como Casa do Carboal, um imponente edifício do século XVII enquadrado por jardins de especial fotogenia.
A visita a Covas deve ainda incluir uma paragem no Miradouro da Costa da Castanheira, um passeio no Alto das Broas e na Lapa Grande, uma passagem no Centro de Educação Ambiental da Ribeira de Pardelhas e uma caminhada em circuitos sinalizados como a Rota da Cumieira e o Trilho Interpretativo da Ribeira de Covas.
Por altura das romarias, o tecido associativo local arregaça mangas e ajuda a montar várias festas, entre as quais se destacam quatro: as de São Sebastião, sempre a 20 de janeiro; as da Nossa Senhora de Lurdes, no primeiro domingo de junho; as do Senhor dos Aflitos, no segundo domingo de agosto; e, uma semana depois, a celebração em honra dessa santa de nome tão prático que é a Nossa Senhora da Tosse. ■