Espindo é uma aldeia sui generis cheia de mitos e lendas para desvendar! Inserida na freguesia de Ruivães, em Vieira do Minho, possui uma vista privilegiada sobre a serra do Gerês, mas no local há muito para conhecer! O Fojo da Alagoa, por exemplo, é uma armadilha de caça aos lobos que se prolonga por uma razoável extensão até terminar num poço com cerca de 8 metros! Sobre um poço existe também a misteriosa lenda do "Buraco da Gola". Segundo o mito, este poço, originado pela queda de água, não tem fundo! Os antigos terão chegado a atar presos a cordas com dezenas de metros, fazendo-os descer, sem nunca conseguirem aferir a profundidade do poço! Por isso mesmo, enquanto algumas teorias dizem que vai desaguar no rio Cávado, a alguns quilómetros de distância, ou mesmo no mar, outras consideram este poço uma passagem para o outro mundo!
Perca-se por estas encostas verdes da parte mais serrana da aldeia, onde poderá também encontrar outro ex-libris local: os abrigos de pastores. São 19 cabanas em granito usadas pelos pastores, de outros tempos, para se abrigarem das intempéries, quando passavam longas temporadas fora a apascentar os rebanhos. A pastorícia, uma das atividades mais marcantes do local, tem origens ainda mais remotas, como comprova a Aldeia Velha da Portela, um povoamento secular onde ainda se encontram diversas estruturas que outrora foram cabanas e currais. Vale a pena acompanhar estas pequenas construções ao longo de um passeio por esta encosta, banhada pela ribeira de Tôco onde poderá refrescar-se! Não deixe, ainda, de apreciar a arquitetura mais tradicional da povoação, baseada na agricultura e na pastorícia. Deste quotidiano rural ficaram como testemunha 13 moinhos e 20 espigueiros que ainda hoje podem ser apreciados. Caminhadas, provas de automobilismo nos troços da Cabreira, caça e BTT são outras atividades que tomam conta deste local esporadicamente. Também a religião marca presença em Espindo com a Capela de Santa Isabel, de construção anterior a 1758, a ser ajudada por duas alminhas e um cruzeiro.
O vinho e o pão são a base da alimentação da aldeia e ambos ainda se produzem segundo os ritos tradicionais: a pisada das uvas em lagares de pedra após a vindima e a broa de milho ou centeio fabricados com cereal moído, num dos 13 moinhos de água! A gastronomia local completa-se com outros produtos cultivados na terra: feijões com couves acompanhados com pernil de porco caseiro, pica-no-chão, cozido à portuguesa com carnes caseiras, cabrito, anho e posta barrosã. Nos doces o destaque vai para as filhoses e a aletria. Com estes ingredientes poderá fazer um inesquecível piquenique no parque de merendas da Serradela, local que possui uma vista privilegiada sobre o vale florestado de Túrio. Se aprecia festas populares, a altura indicada para visitar a aldeia será no primeiro domingo de julho, quando se celebra a festa em honra de Santa Isabel. Para pernoitar, escolha a Casa de Santa Isabel. Na sua passagem por esta aldeia tradicional, aprecie a mestria artesanal com que se confeccionam rendas e bordados em linho.