Junto à serra de Bornes, entre as duas nascentes da ribeira de Zacarias, um afluente do rio Sabor, encontra-se a aldeia de Sambade, do concelho de Alfândega da Fé, distrito de Bragança. A terra é habitada desde tempos bem antigos, como testemunha a mamoa de Bornes, em Vila Nova, e também a de Fragas da Moura.
A paisagem envolvente prende a atenção pela riqueza e colorido das suas extensas plantações de castanheiros, enquanto o Miradouro de São Sebastião deslumbra pelo vasto cenário que proporciona. Foi a pensar no potencial dessa paisagem, aliás, que alguns habitantes do povoado decidiram abrir as suas portas aos visitantes, criando casas e turismo que convidam a dias descansados na serra.
Esse relaxamento marca também os passeios pela aldeia, para descoberta do seu património! No centro do povoado destacam-se as casas tradicionais com telhados em telha mourisca, assim como as janelas e pequenas varandas com rebordos exibindo pormenores em pedra granítica.
Já no que se refere a arquitetura religiosa, o principal templo de Sambade é a Igreja Matriz de Nossa Senhora da Assunção, que, datada de 1798, está classificada como imóvel de interesse público devido ao seu estilo barroca, marcado por uma fachada joanina e uma elegante torre sineira. O roteiro religioso pela aldeia abrange ainda várias capelas, como as dedicadas a Nossa Senhora das Neves, a São Sebastião, à Senhora do Rosário, a Santo António e a São Roque.
Outros testemunhos do passado da aldeia são os seus cruzeiros, o pelourinho, as fontes de mergulho e os fontanários com bebedouro para animais, ao que acresce a coleção do Museu Rural de Sambade, com centenas de peças que retratam as tradições do povoado, e a perspetiva geral do Centro Interpretativo do Território.
Turistas mais ativos podem, contudo, prolongar os seus passeios com uma passagem pela barragem de Sambade e com caminhadas pelo cume principal da serra de Bornes, que se eleva a 1.200 metros de altitude. Há ainda percursos
Na hora de parar à mesa, a gastronomia da terra distingue-se pelo seu folar de carne, por borrego e cabrito assados em forno de lenha, por fumeiros e por queijo de ovelha churra da serra de Bornes. Com sorte, poderá ter como banda-sonora os ensaios e atuações dos grupos locais de bombos, concertinas e cantares.
Recordações para levar para casa são as do artesanato típico da aldeia, cuja oferta inclui desde calçado em pele a cestaria em vime, artigos de tecelagem e bordados. Mas memórias que não se pagam são as que se criam nas festas da terra, como as romarias populares da Senhora das Neves e de São Sebastião, a Festa da Montanha com o seu Seminário da Castanha e a fogueira comunitária de Natal, com o calor da lenha e os posteriores cantares de Reis a aproximarem residentes e forasteiros. ■