A aldeia de Vilarinho de São Luís, no concelho de Oliveira de Azeméis, prima pela sua paisagem marcadamente rural e distingue-se pela morfologia do terreno envolvente, caracterizado por um declive disposto por socalcos, o que explica que a principal atividade do povoado seja a agricultura. É por isso do trabalho da terra que resulta o traço mais característico desta porção tão genuína do distrito de Aveiro: a sua abundância de espigueiros, essa construção elevada que as famílias de Vilarinho construíam para guarda dos seus cereais e de outros bens a acumular e proteger fora de casa, para uso ao longo de todo o ano.
A matéria-prima mais preciosa nessa localidade classificada como “Aldeia de Portugal” é, afinal, o milho, indispensável ao alimento do gado e à confeção do pão, muitas vezes confecionado em forno a lenha – nutrido, por sua vez, com o biocombustível apanhado nas encostas marcadas pela monocultura de eucalipto, com escassas zonas de pinhal.
Protegido do bulício das cidades próximas de Oliveira de Azeméis, Vale de Cambra, Sever do Vouga e Albergaria-a-Velha, o recato de Vilarinho de São Luís proporciona-lhe um ambiente relativamente intacto, que mantém o ritmo de tempos mais antigos, preserva uma paisagem natural pura, limpa e fresca, e realça o trato modesto das famílias que ainda aí vivem, nos seus modos simples, reservados e afáveis.
Entre o casario rústico da aldeia, em que se incluem pequenas casas de pedra típicas da ruralidade portuguesa, a Capela de Vilarinho de São Luís destaca-se pela sua fachada alva e linhas pouco usuais. O templo constitui o ponto central da festa popular dedicada ao patrono da localidade, que se realiza sempre no último domingo de agosto.
Uma das atividades mais procuradas na aldeia é, ainda assim, o Percurso dos Espigueiros, curso de pequena rota que, promovido pela associação ANDAR, divulga diferentes aspetos sobre esse tipo de edificado, dá a conhecer os exemplares mais bem preservados da localidade e revela igualmente outros hábitos e tradições da comunidade. ■