Freixo de Numão recebe “Um Hamlet Tragicómico”
A aldeia de Freixo de Numão, no concelho de Vila Nova de Foz Côa, é particularmente atrativa nos meses de verão, quando o sol intensifica as tonalidades da sua paisagem, mas, como a estação também eleva as temperaturas médias dessa zona do Douro, a oferta lúdica para esse período aposta sobretudo em iniciativas ao final da tarde e à noite. É o que acontece com o programa “Côa Culto”, que, para a sua edição de 2023, prevê dezenas de propostas para várias localidades desse território do distrito da Guarda, sempre nos períodos mais frescos do dia. Para Freixo de Numão, especificamente, está anunciada, no dia 18 de agosto, uma exibição às 21h30 da peça “Um Hamlet Tragicómico”, pela companhia Teatro das Beiras.
Estreada este ano, essa é a 114.ª produção do referido coletivo dramático e envolve uma adaptação de Paulo Calatré a partir do icónico “Hamlet” do britânico William Shakespeare (1564-1616). A tragédia original transforma-se assim com jogo de atores e nova linguagem, recorrendo a ecos da escrita da poesia popular e a técnicas da Commedia Dell’Art, do teatro clown, do teatro físico e da improvisação para chegar a um público mais abrangente.
“A peste e a guerra assolam o país, as companhias organizam-se em pequenos grupos de saltimbancos e percorrem o território para sobreviverem e assegurarem o futuro da sua arte. Em cada vilarejo montam o seu estrado, preparam os figurinos, retocam as máscaras e relembram as réplicas da única obra que sabem de memória. A obra original apenas sobrevive na memória dos atores e é essa a versão que vão contar”, refere a sinopse da peça. “O público desconfia dos cómicos, mas lá se vai instalando na praça para receber o espetáculo. A memória transformou-se com o tempo e foi alterando a narrativa original da obra. Que Hamlet é este depois de tantos anos na estrada? O que resta?”, questiona a companhia.
Interpretada por Bernardo Sarmento, Gonçalo Babo, Sílvia Morais, Susana Gouveia e Tiago Moreira, a peça “Um Hamlet Tragicómico” terá entrada livre em Freixo do Numão e está disponível para espectadores com idade a partir dos 12 anos. Antes e depois da peça, essa proposta cultural é ainda uma oportunidade extra para turismo rural nessa “Aldeia de Portugal”, onde há para conhecer património como o Castelo Velho, o pelourinho setecentista, as ruínas de uma villa romana, a estação ferroviária, o santuário de Nossa Senhora da Carvalha e o Núcleo Museológico Casa Moutinho. ■